The Damned United está de volta: mirando na Liga Europa

Sir Jim Ratcliffe alertou recentemente que o Manchester United levaria no mínimo três anos para garantir outro título da Premier League. No entanto, com base no péssimo desempenho e na derrota para o Fulham em casa, podem ser necessários impressionantes 33 anos ou mais.

Apesar das dificuldades do Fulham fora de Craven Cottage e da sequência de duas décadas sem vitórias em Old Trafford, eles rapidamente encontraram o ritmo no Theatre of Dreams. Eles poderiam facilmente ter vencido por três gols no primeiro tempo.

Em contrapartida, o Manchester United demonstrou falta de capacidade ofensiva e só começou a dar sinais de vida pouco antes do intervalo. Embora a equipa de Erik ten Hag tenha finalmente sucumbido a um golo da vitória de Alex Iwobi aos 97 minutos, foi um golo que já vinha acontecendo há algum tempo e que o Fulham merecia totalmente.

Uma forte sensação de déjà vu tomou conta do Manchester United quando o Fulham se juntou à lista de times inesperados que conseguiram garantir vitórias em Old Trafford nesta temporada. Esta derrota soma-se às surpreendentes vitórias fora de Brighton, Crystal Palace, Galatasaray e Bournemouth.

O aspecto preocupante é que o Manchester United parecia ter passado por uma transformação em 2024, apresentando uma melhor forma ao vencer seis dos sete jogos em todas as competições desde o início do ano. Esta corrida despertou esperanças de um possível resultado entre os quatro primeiros. No entanto, o progresso da equipe foi prejudicado por algumas lesões, resultando no retorno às performances desconexas e disfuncionais testemunhadas na primeira metade da temporada sob a gestão de Ten Hag.

Duas lesões fazem a diferença

O Manchester United experimentou seu primeiro revés no início da semana, quando foi anunciado que Luke Shaw ficaria afastado dos gramados por vários meses devido a uma lesão no tendão da coxa. As más notícias continuaram na sexta-feira com a revelação de que Rasmus Hojlund ficaria fora de ação por aproximadamente três semanas.

Estas duas lesões somaram-se a um mês já miserável para o Manchester United em termos de problemas físicos. O mês começou com Lisandro Martinez sofrendo uma lesão no joelho durante uma partida contra o West Ham, o que estendeu seu tempo afastado por mais dois meses. O revés ocorreu depois que o zagueiro argentino retornou recentemente de uma ausência de quatro meses após uma cirurgia no pé.

Perdido sem Hojlund

Apenas um dia antes do jogo contra o Fulham, Erik ten Hag minimizou a importância da lesão de Rasmus Hojlund, enfatizando que a ameaça ofensiva da equipa ia além do avançado dinamarquês. Ele destacou as contribuições de outros jogadores como Alejandro Garnacho, Marcus Rashford, Scott McTominay e Bruno Fernandes, destacando a capacidade de marcar gols.

No entanto, assim que o jogo começou, rapidamente se tornou evidente que a ausência de Hojlund teve um impacto significativo no desempenho do Manchester United. O atacante, que havia marcado nas últimas seis partidas da Premier League, foi fundamental para a boa forma do time antes e depois do Ano Novo. A sua capacidade de marcar golos era evidente, mas igualmente importante era a sua capacidade de segurar o jogo e fornecer um ponto focal para os ataques da equipa.

Sem Hojlund como ponto focal, a exibição ofensiva do Manchester United contra o Fulham foi fraca e ineficaz. Ficou claro que suas contribuições foram além de apenas marcar gols, e sua ausência deixou uma lacuna notável nas proezas ofensivas da equipe.

Rashford não está disposto a isso

Durante a maior parte do primeiro tempo e uma parte significativa do segundo, o Manchester United lutou para representar uma ameaça ao Fulham. Foi apenas nos frenéticos momentos finais da partida que deram sinais de vida. Harry Maguire conseguiu empatar e Scott McTominay e Bruno Fernandes tiveram chances de garantir a vitória. No entanto, foi Alex Iwobi quem aproveitou a terceira oportunidade, resultando na primeira derrota do United desde Dezembro.

Semelhante ao início da temporada, quando Rasmus Hojlund e Anthony Martial se machucaram, Marcus Rashford voltou a jogar como atacante. Rashford já havia expressado sua relutância em assumir esta posição e sua atitude em relação à liderança parecia inalterada. Ele parecia não querer pressionar o adversário, deixando para o estreante Omari Forson tentar atrapalhar a defesa do Fulham e o goleiro Bernd Leno.

Forson ainda não está pronto

Omari Forson, que foi inesperadamente incluído no time titular à frente de Antony, parecia despreparado para o nível de jogo e foi substituído aos 53 minutos. A decisão de contratar o jovem de 19 anos, apesar da sua experiência limitada de apenas quatro minutos na equipa principal, foi uma indicação clara da falta de confiança que Erik ten Hag tem actualmente em Antony.

Ten Hag já havia defendido que o clube investisse £ 85 milhões (US$ 107 milhões) na aquisição do extremo brasileiro em 2022. No entanto, pouco antes deste jogo específico, o técnico admitiu que Antony não estava correspondendo ao seu potencial. Numa jogada bastante peculiar, Ten Hag colocou Antony como reserva aos 98 minutos.

Antony tem lutado para causar impacto nesta temporada, com apenas um gol e nenhuma assistência em seu nome. Ele continua a ser visto como uma das contratações mais decepcionantes da história da Premier League. No entanto, devido às opções limitadas disponíveis inicialmente, Ten Hag pode ter que contar com Antony mais uma vez.

Lindelof não é lateral-esquerdo

A ausência de Luke Shaw foi igualmente significativa, já que Victor Lindelof não é um lateral-esquerdo nato e lutou para conter Timothy Castagne e Harry Wilson. A presença limitada de Lindelof no meio-campo do Fulham significava que o United não tinha o apoio ofensivo que Shaw normalmente oferece com facilidade.

Embora haja esperança de que Rasmus Hojlund retorne antes da partida contra o Everton, a gravidade da lesão de Shaw pode exigir que Lindelof continue jogando como lateral-esquerdo até o final da temporada.

"Não temos lateral-esquerdo", admitiu Ten Hag sombriamente após o jogo. Apesar da sua afirmação, tentou afirmar que a sua equipa tinha mostrado grande carácter e merecia a vitória, o que foi recebido com cepticismo.

No entanto, Ten Hag e o diretor esportivo John Murtough devem assumir uma parte significativa da culpa por esta situação. A decisão de encerrar o período de empréstimo de Sergio Reguilon em janeiro, sem o retorno de Tyrell Malacia após lesão, deixou o United sem um verdadeiro lateral-esquerdo. Malacia está afastado dos gramados desde junho devido a uma lesão no joelho e enfrentou contratempos na recuperação. Embora Reguilon tenha suas falhas, ao contrário de Lindelof, ele é um lateral-esquerdo natural e representa uma certa ameaça na fase de ataque.

Toda equipe tem problemas com lesões

Erik ten Hag frequentemente atribuiu a difícil temporada do Manchester United aos problemas de lesões e, quando os resultados do time começaram a melhorar, ele atribuiu isso ao retorno de jogadores importantes como Lisandro Martinez, Casemiro e Rasmus Hojlund.

No entanto, a derrota para o Fulham expôs a fragilidade do renascimento do United, deixando-o numa posição semelhante à onde começou a temporada e sem recursos para enfrentar o desafio de terminar entre os quatro primeiros.

"É a verdade. Vêm [as lesões], não temos lateral esquerdo, depois a saída do Casemiro, uma saída grande, Licha Martinez. Temos que recuperar as lesões, então estaremos mais em equilíbrio", afirmou Ten Hag.

No entanto, o Manchester United não está sozinho a enfrentar uma crise de lesões. O Liverpool também teve inúmeras ausências de jogadores importantes, mas atualmente lidera a tabela da Premier League. O Manchester City lidou sem Kevin De Bruyne por cinco meses e Erling Haaland por dois, e ainda assim conseguiu alcançar o sucesso. O Tottenham Hotspur teve uma lista de lesões ainda mais longa do que o United e teve que prescindir do seu talismã Son Heung-min durante sua participação na Copa da Ásia.

Acostume-se com a Liga Europa

As dificuldades do Manchester United para lidar com lesões são de fato únicas em comparação com outros clubes de alto nível. Embora tenham mostrado potencial e competitividade quando todos os seus principais jogadores estão disponíveis, parecem desmoronar mesmo quando confrontados com algumas ausências. Esta vulnerabilidade a lesões poderá acabar por custar-lhes um lugar na Liga dos Campeões alargada da próxima época, o que é crucial para cumprir as suas obrigações de Fair Play Financeiro, como reconheceu Ratcliffe.

A derrota para o Fulham aumentou a diferença entre o United, atualmente em sexto lugar, e o Aston Villa, em quarto, para oito pontos. O Tottenham, na quinta posição, que também pode garantir a qualificação para a Liga dos Campeões, está três pontos à frente do United e pode aumentar a vantagem se vencer o jogo que falta.

Para que o United recupere o seu estatuto de instituição de classe mundial, Ratcliffe e a sua equipa INEOS precisam de aceitar o facto de que não ouvirão o hino da Liga dos Campeões em Old Trafford na próxima época. Em vez disso, deveriam abraçar a Liga Europa, já que atualmente é o nível do United. Para ter ambições mais elevadas, eles precisarão construir um time mais resiliente, que não desmorone mesmo quando enfrenta lesões leves, como uma distensão no tendão da coxa ou uma torção no tornozelo.

Ratcliffe descarta grandes gastos do Manchester United com 'casais de grandes jogadores'

Ratcliffe expressou o seu apreço pela paciência que o Arsenal demonstrou para com Arteta, considerando-a um atributo positivo. Por outro lado, Christian Eriksen está insatisfeito com o seu tempo de jogo, tendo sido titular em apenas 11 partidas.