Mulheres transgênero autorizadas a jogar de acordo com as novas diretrizes da FA

A Associação de Futebol (FA) atualizou sua política sobre transgêneros, confirmando que mulheres transgêneros ainda poderão competir no futebol feminino na Inglaterra — desde que atendam a requisitos de elegibilidade mais rigorosos.

De acordo com as diretrizes revisadas, os jogadores devem demonstrar níveis reduzidos de testosterona e passar por uma "observação de jogo" para avaliar se representam um risco à segurança dos jogadores ou à integridade da competição. A FA agora implementará um processo formal, concedendo-lhe "discricionariedade máxima" sobre cada caso, que será tratado individualmente.

A medida ocorre em meio à crescente pressão de ativistas, incluindo cerca de 100 manifestantes que se reuniram em frente a Wembley antes da partida masculina da Inglaterra contra a República da Irlanda em novembro, pedindo uma reforma política. Outros esportes, como rúgbi, rúgbi e hóquei, já limitaram a competição feminina a atletas que ainda não atingiram a puberdade masculina.

De acordo com a FA, aproximadamente 20 mulheres transgênero estão registradas no futebol amador na Inglaterra, e nenhuma delas está atualmente ativa no futebol profissional nas nações de origem.

Para se qualificarem sob as regras atualizadas, mulheres transgênero devem apresentar comprovante médico de que seus níveis de testosterona estão abaixo do limite especificado há pelo menos 12 meses. Elas também devem apresentar registros de terapia hormonal e se submeter a uma revisão anual do tratamento.

A nova estrutura da FA inclui observações de partidas realizadas por árbitros, permitindo que o órgão regulador conceda, negue ou revogue a elegibilidade com base no desempenho físico e em questões de segurança.

A política original sobre transgêneros da FA foi introduzida em 2015. Fontes disseram à BBC que, até recentemente, havia preocupações mínimas levantadas em relação à segurança ou à justiça competitiva.

No entanto, em dezembro de 2023, 48 parlamentares assinaram uma carta instando a FA a alterar suas regras para "proteger melhor as mulheres e meninas" no esporte. Isso ocorreu após relatos de que várias equipes de base haviam desistido de partidas contra um time recreativo em Yorkshire depois que um jogador transgênero feriu um adversário com um chute.

Em setembro de 2024, a equipe feminina do Sutton United adiou um jogo contra o Ebbsfleet United "por excesso de cautela" após contratar a goleira transgênero Blair Hamilton. O clube fez história ao nomear Lucy Clark como a primeira técnica assumidamente transgênero no futebol britânico.

O diretor executivo da FA, Mark Bullingham, declarou em março que a organização estava trabalhando para "refinar" sua política transgênero, mas sustentou que a abordagem atual estava, em grande parte, "no lugar certo".